terça-feira, 20 de outubro de 2009

Festa do Jaboti


Fui em uma aldeia dos índios caiapós junto com a nossa equipe de reportagem do SBT, para fazer esta matéria tivemos que pedir autorização a FUNAI, em uma área de aproximadamente 3,5 milhões de hectares vivem 14 etnias. Esta que visitamos e a aldeia kikretum, na chegada fomos recebidos pelo cacique da aldeia moroô que se encarregou de nos guiar até o local da festa. O trajeto foi revelando o mundo pouco conhecido com estrutura cultural bastante peculiar, os olhares curiosos dos índios também nos deu à certeza de que estamos em uma região não muito visitada pelo homem branco.

A festa do jaboti dura em media uma semana, nos primeiros dias da festa um grupo de índios saem para caçar os jabotis enquanto a outra parte fica organizando os ornamentos e os preparativos da festa. Os jovem e crianças aguardam ansiosamente o momento da festa, já os adultos que ficam na aldeia finalizam suas pinturas e preparam seus adornos corporais. A festa do jaboti e preparada com um mês de antecedência, os índios são divididos em grupos e recebem a missão de trazer jabutis em varas de aproximadamente 2 metros, a cota para cada grupo e de 15 jabotis, nesta festa foram capturados um total de 180 jabotis, mais segundo o cacique já ouve festa em que os índios capturaram mais de 300 jabotis. A chegada dos grupos de índios que estavam caçando os jabotis e um dos momentos mais esperado da festa...

O preparo: primeiro os jabotis recebem golpes de machado para tirar esta espécie de casco que mais parece uma amadura, segundo são tiradas as víceras... e logo em seguida eles são levados ao folgo sobre as pedras quente sem nenhum tempero... Agora os jabotis iram ficar aqui ate o outro dia... Enquanto isso, os índios se unem em um ritual conhecido como korecandô: uma dança típica dos índios para agradecer aos deuses pela boa colheita a caças e pesca do ano. A dança começa com as mecurerês que significa (índias moças) o canto e para afastar os maus espíritos e alegrar a alma, elas dançam separadamente das mecradires ( mulheres caçadas) assim como as (crianças mempritire) também dançam distantes dos menorenures ( homens solteiros) e também dos meclanures ( homens casados) no todo da um total de 12 grupos, que se dividem na dança indígena. Com a união de toda a tribo dançando... A coreografia entrar em harmonia e a musica entoada pelos índios ganha ritmo e compasso dos pés das crianças, jovem e adulto uma mistura de cultura e cores sem perde o ritmo.

Pela manhã as índias preparam a massa de mandioca... Tudo e feito conforme suas tradições... Primeira a mandioca e ralada e prensada ate vira uma massa, após isso são enroladas em folhas de bananeira com alguns ingredientes para complementar o cardápio, para depois ser levada ao fogo e logo vira beiroubu também conhecida com beiju. O momento especial da festa e na hora de servir os jabotis, os índios se reúnem em uma enorme maloca que fica no centro da aldeia, quem primeiro saboreia os jabotis são os caciques... Os outros índios também comem os jabotis seguindo suas hierarquias...

A festa do jaboti sempre coincide com alguma data especial da aldeia... Desta vez os índios estavam comemorando o batizado do neto do cacique. A criança tem que esta completamente trajada porque para os índios isso afasta os maus espíritos;
Seus rituais, sua sabedoria primitiva sua relações harmoniosas com a natureza tem se perdido como a invasão do progresso.
Segundo o cacique Domingos essa festa serve para não deixar as tradições indígenas de seus antepassados serem esquecidas.
Participar dessa festa nos deu a certeza de que mesmo com tantas transformações o mundo dos índios continua cultuado seus costumes suas tradições e seus rituais num mundo pouco conhecido para os branco...ainda...

Agradecimentos equipe de reportagem: Rosângela Sampaio – Repórter
Cinegrafista: Eder Rabelo, Paulo Henrique e Enilson coelho.
Apoio técnico: Marcio Fubá.

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